Mulheres do Araguari transformam extrativismo em ferramenta de preservação da floresta no Amapá
- svioalmd4
- há 10 horas
- 2 min de leitura
Edy Wilson Silva

Com o apoio do Governo do Estado, mulheres extrativistas do Amapá lançaram, nesta terça-feira (21), no Museu Sacaca, em Macapá, o Protocolo Comunitário Biocultural Mulheres – Sementes do Rio Araguari. A iniciativa reforça o protagonismo feminino na preservação da floresta e na gestão sustentável dos recursos naturais, valorizando o conhecimento tradicional e a atuação das comunidades ribeirinhas da região do rio Araguari.
Euryandro Costa, coordenador de Gestão de Unidades de Conservação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), explicou que o protocolo orienta o uso sustentável dos recursos naturais pelas comunidades do rio Araguari, localizadas dentro da Floresta Estadual do Amapá e da Floresta Nacional do Amapá. Segundo ele, a iniciativa valoriza o conhecimento tradicional e fortalece a bioeconomia da região, além de dar visibilidade ao trabalho das mulheres extrativistas.
“O protocolo é comunitário e biocultural, elaborado pelas mulheres extrativistas que integram a Associação Sementes do Rio Araguari, com apoio do Governo do Estado, por meio da Sema. Ele traz diretrizes sobre as regras de uso e manejo dos recursos naturais no território onde elas vivem, que abrange áreas da Floresta Estadual do Amapá e da Floresta Nacional do Amapá. Esses produtos fazem parte da sociobiodiversidade. São óleos e derivados de espécies como andiroba, pracaxi, copaíba e breu, que representam a riqueza da biodiversidade do Amapá e precisam ser utilizados de forma regulamentada. O protocolo estabelece regras de manejo, detalha como os produtos podem ser extraídos e utilizados, e indica como as pessoas interessadas em conhecer os produtos ou a região podem acessar as áreas”.
A presidente da Associação Mulheres Extrativistas Sementes do Rio Araguari, Arlete Pantoja, destacou que o protocolo é um instrumento para garantir direitos, preservar a floresta e fortalecer a autonomia das mulheres. Ela ressaltou o trabalho coletivo da associação e a importância de transformar o extrativismo em fonte de renda sustentável.
“O objetivo do lançamento do nosso protocolo e da criação dele é garantir os nossos direitos como mulheres extrativistas. Saber onde estão nossos direitos e o que devemos proteger na floresta e no trabalho que realizamos com as sementes da floresta. A associação existe formalmente desde 2019, mas já atuávamos desde 2015. Quando nos organizamos, fortalecemos nosso trabalho e também a floresta. Hoje temos consciência de que manter a floresta em pé gera renda e recursos para todas as mulheres envolvidas. Trabalhamos com a semente de andiroba, produzindo sabonetes anti-inflamatórios, ungüentos para circulação e dor de garganta, e velas repelentes feitas do resíduo do óleo, com aroma natural. A andiroba é o nosso carro-chefe, mas também produzimos sabonetes de copaíba, cicatrizantes e medicinais, com grande aceitação no mercado”.
O lançamento reuniu lideranças comunitárias, pesquisadores, gestores públicos e representantes da sociedade civil, reforçando o protagonismo feminino na bioeconomia e na conservação ambiental do Amapá.
Veja também nas nossas redes sociais:
Instagram:
Facebook:
X/Twitter:
Comentários