Janete Carvalho

O Governo do Estado e o Serviço Geológico do Brasil (SGB) estabeleceram uma parceria para aprofundar os estudos sobre os recursos naturais do território amapaense
Com grande variedade de minérios, o Amapá continua o processo de retomada da atividade de exploração mineral no estado. Neste ano, o Governo do Estado e o Serviço Geológico do Brasil (SGB) firmaram uma cooperação para detalhar estudos sobre os recursos presentes no território amapaense, incluindo hidrologia, agrominerais, transição energética, prospecção mineral, além da assinatura de um Protocolo de Intenções para a Revisão do Plano Estadual de Mineração.
Diante dessas questões, uma das atividades que vem ganhando destaque é a exploração de petróleo na costa do Amapá. O Secretário Adjunto de Estado de Mineração, Mamede Barbosa, participou do programa “Bom Dia Difusora” nesta terça-feira (29) e comentou sobre o tema, que tem sido amplamente debatido pelas autoridades e gerado grande expectativa para o estado.
“Na verdade, o problema não é ambiental. O problema foi o nome. Quando mencionamos a margem equatorial, passa-se a ideia para quem não mora no Amapá de que seria aqui, próximo ao Rio Amazonas, lá no Bailique. Na realidade, a margem equatorial se estende do Cabo Orange até a Paraíba, abrangendo uma ampla faixa de exploração. Além disso, quando se fala em Foz do Amazonas, a situação piora, pois o local de exploração está a 580 km da Foz do Amazonas e a 170 km de Oiapoque, mar adentro, em uma área que já é rota de navegação marítima”, explicou.
O secretário também detalhou os possíveis benefícios para o Amapá caso a exploração de petróleo se torne realidade.
“Hoje, temos uma reserva conhecida de 11 bilhões de barris, o que representa um novo pré-sal para o país. Com o Ibama nos impedindo de pelo menos pesquisar uma riqueza que está em nosso território, o estado está sendo impedido de crescer. Quando essa margem for explorada, os royalties previstos, uma vez em produção, poderão gerar cerca de 130 bilhões anuais, o que corresponde a dez vezes o orçamento atual do Amapá. Isso é tão significativo que pode gerar um efeito econômico semelhante ao de Macaé, no Rio de Janeiro, impactando a economia como um todo”, afirmou o secretário.
Ainda no segundo semestre deste ano, o governador Clécio Luis se manifestou favorável à exploração de petróleo na costa do Amapá durante o programa Bastidores CNN Brasil, apresentando objetivos claros.
“Queremos, primeiro, pesquisar. E, uma vez comprovado o potencial, a decisão será tomada em um patamar estratégico pelo Governo Federal. O petróleo no Amapá representa desenvolvimento, que queremos realizar de forma segura e sustentável. A exploração garante uma nova matriz econômica capaz de manter nossos indicadores ambientais, que são os melhores do Brasil, além de financiar a transição para energias renováveis”, destacou o governador.
Em 2023, o governador criou a Secretaria de Mineração para organizar essa atividade no estado. A instituição, entre outras ações, tem trabalhado para consolidar as propostas previstas no Plano de Governo, como o fortalecimento do setor mineral e a implantação de distritos minerais nas regiões do Lourenço (Calçoene) e Vila Nova (Porto Grande), onde mais de 300 famílias atuam.
Komentáře