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“Ele me deu a vontade de novo de continuar”, diz integrante de coletivo de mulheres que vem redescobrindo a vida através da arte.

Anita Flexa


AMIGAS ARTEIRAS

O Grupo Amigas Arteiras reúne 17 mulheres que encontraram no artesanato o apoio necessário para a valorização da vida.


O Coletivo Amigas Arteiras é composto por 17 pessoas talentosas, unidas pela paixão pelo artesanato. Homens e mulheres, a maioria com mais de 50 anos, encontraram no grupo não apenas uma oportunidade de criar produtos únicos, como bordados, crochês e peças em madeira, mas também um caminho de reinserção no mercado de trabalho. O grupo esteve presente na 53ª Expofeira do Amapá e também comparece ao Festival Equinócio, que acontece de 20 a 22 de setembro.


Ao longo dos anos, essas mãos criativas moldaram histórias, resgataram a força de viver e mostraram que a arte vai além do material – é uma forma de expressão da alma. Lúcia Neri, coordenadora do grupo, fala sobre como o coletivo ajudou a salvar vidas através de muito apoio e sororidade entre as mulheres.


“A finalidade dele é agregar as meninas que não podem trabalhar mais devido à idade, porque a maioria da equipe do grupo passa de 50. Então, isso foi uma maneira de tirar elas da tristeza e da solidão, trazendo-as para o artesanato. O nosso artesanato ajudou muito, principalmente na fase da depressão. Muitas sofriam de depressão e, hoje em dia, graças a Deus, estão totalmente 100%, mas estão bem melhores do que eram antes. A gente se reúne, fazemos chá e um café uma vez por mês com todas nós, somos senhoras. Também nos reunimos para fazer pulseiras e outros artesanatos”, afirma Lúcia.

Mais do que promover o trabalho artístico, o coletivo surgiu como uma resposta aos desafios emocionais e de saúde que muitos enfrentam ao chegar a essa fase da vida. Para essas pessoas, o artesanato é uma válvula de escape, um refúgio onde podem transformar preocupações em cores e texturas. De acordo com Lúcia, cada peça carrega a marca da resiliência e da alegria, simbolizando a superação de desafios diários e a construção de novas conexões afetivas e sociais.


“É um sentimento de gratidão, porque quando eu entrei nesse grupo, sofri muito pela perda das pessoas que perdi. O grupo me deu a vontade de continuar, vontade de ter amigas que eu não tinha, vontade de estar com as meninas, porque somos de uma idade em que cada uma tem uma história. E, nas nossas histórias, criamos forças para superar várias diversidades que enfrentamos tanto no núcleo familiar quanto no meio da terceira idade. A maioria é da terceira idade, então essa união do grupo trouxe muito para nós”, finaliza a coordenadora.

Durante a 53ª Expofeira do Amapá, o Coletivo Amigas Arteiras brilhou ao apresentar seus produtos ao público. Foi um momento de celebração da arte e da vida, onde cada peça exposta não era apenas fruto de talento, mas também de histórias de superação. O sucesso na feira é um testemunho de que a arte tem o poder de transformar vidas, unir gerações e curar corações, sendo um elo entre o passado e o futuro de cada uma dessas pessoas.


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