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Acumulo de lixo se torna rotina em bairros da zona norte de Macapá

  • svioalmd4
  • há 21 horas
  • 4 min de leitura

Brenda Soares* com colaboração de Jamile Moreira


LIXEIRA VICIADA
Lixeira viciada na Avenida Manoel Pacífico Cantuária, no perímetro próximo à Via Expresso Aníbal Barcelos
Lixeira viciada na Avenida Manoel Pacífico Cantuária, no perímetro próximo à Via Expresso Aníbal Barcelos

A falta de manutenção e limpeza das vias de Macapá tem agravado um problema antigo: o aumento de lixeiras viciadas. Na zona norte, diversos bairros apresentam pontos críticos, muitos deles próximos a unidades de saúde e áreas densamente habitadas.


No bairro Brasil Novo, com indignação, uma moradora da Rua Pêssego – que preferiu não se identificar – denuncia a ausência da coleta regular de lixo e as dificuldades enfrentadas por quem precisa lidar diariamente com a situação.


“É isso que está acontecendo aqui, a nossa rua é lixo para todo lado, todos os cestos de lixo, não tem onde colocar lixo mais. Todo mundo paga impostos, do meu salário sai R$ 27,5 de imposto que eu pago todo mês. A gente quer que vocês ajudem a gente, a gente não vai viver na lixeira aqui, somos seres humanos, cidadãos. Olha, está cheio de lixo, todas as casas ali, porque o carro coletor não vem, não entra aqui na rua".

Em outro ponto, no bairro Pacoval, a falta de limpeza, fiscalização e campanhas de conscientização transformam a Av. Manoel Pacífico Cantuária, no perímetro próximo à Via Expresso Aníbal Barcelos, em uma área recorrentemente tomada por lixo.


"Esse canto aqui já não é a primeira vez, né? Que é essa lixeira viciada. Muitas das vezes é sofá que jogam, é ossada e tá desse jeito que vocês estão vendo e até agora não deu uma solução. Já fizeram plantações de árvores e algumas plantas ornamentais, só que mesmo assim continuaram jogando e está desse jeito. Pra completar agora, tem um vazamento de água aí que tá desse jeito, inundado e cheio de lixo", destacou Fábio Cardoso, morador do perímetro há quarenta anos.

Ainda na zona norte, na Av. Maria Justa A. Souza, que dá acesso à Ponte Sérgio Arruda, além do lixo despejado, o perímetro encontra-se completamente tomado por mato, o que dificulta o trânsito de pedestres e veículos pelo local. Este trecho faz parte do projeto de reconstrução das obras da ponte, dado como concluído pela Prefeitura de Macapá em 2024. No entanto, a pavimentação do local foi realizada somente em uma parte da via, o que tornou propício o descarte de restos de construção, sofás, ossadas de animais mortos e outros dejetos.


No bairro Novo Horizonte, uma das situações mais críticas está presente na Av. Deoclides Franco Mont’Alverne, que passa atrás da Unidade de Pronto Atendimento. Segundo relato da diretora da UPA, Mary Moura, a lixeira viciada que fica na rua de trás ocasiona dificuldades nos atendimentos prestados pela casa de saúde.


"Estão colocando coisas, acho que pneu e tocam fogo, que vem para a unidade. A gente tem que chamar bombeiro e tudo mais. Tem mais uma problemática, esse terreno ao lado também coloca fogo, a vegetação está seca, tem uma lixeira viciada lá dentro, e é esconderijo para prostituição, para roubo, para o uso de drogas, né? Então é uma problemática. A rua de trás não está fechada de lixo, mas tem alguns pontos e dias da semana em que eles fazem queima do material e prejudica todo mundo", relatou a diretora.

MEIO AMBIENTE


Além dos impactos danosos à saúde dos cidadãos, outra forte consequência causada pelo descarte irregular de lixo, concentração de lixeiras viciadas e falta de coleta regular é o prejuízo ao meio ambiente, conforme ressalta Marcos Almeida, diretor de Desenvolvimento Ambiental da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema).


"Falando sobre lixeiras viciadas do ponto de vista ambiental, essa prática é altamente danosa ao meio ambiente, sim, começando pela contaminação do solo e da água. Então, a lixeira viciada, dependendo da composição desse lixo, ele pode produzir o chorume, que é um líquido altamente poluente formado pela decomposição de resíduos orgânicos. E esse chorume, ele infiltra-se no solo, podendo contaminar os lençóis freáticos e rios. E isso prejudica de forma direta a qualidade da água usada para o consumo e para a irrigação".

O diretor destaca ainda os impactos negativos trazidos pela queima de lixo para a poluição do ar.


"Do ponto de vista da poluição do ar, em se tratando especialmente de um período de estiagem aqui no estado, que vai do mês de agosto até novembro, a queima do lixo de lixeiras viciadas é muito comum nessa época do ano, inclusive pode se propagar e até mesmo perder o controle dessa queima. E o lixo queimado libera gases tóxicos de enxofre, monóxido de carbono e dioxinas, que são substâncias cancerígenas. Essas emissões contribuem para a poluição atmosférica e o aquecimento global".

Restos de animais mortos e muito lixo se acumulam na Avenida Maria Justa A. Souza, as margens do Canal do Jandiá
Restos de animais mortos e muito lixo se acumulam na Avenida Maria Justa A. Souza, as margens do Canal do Jandiá

Nossa equipe de reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Macapá para saber das ações que estão sendo realizadas para eliminar esses pontos recorrentes de descarte irregular e para evitar que o problema volte a acontecer, mas, até o fechamento da matéria, não obtivemos resposta.


*Estagiária sob supervisão


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