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Prefeito cassa licença e vereador terá que voltar a lecionar em escola de Macapá; sindicato critica decisão

Marcelo Guido


CLAUDIOMAR ROSA

Claudiomar, vereador e opositor à atual gestão, tem conduzido a oposição na Câmara Municipal de Macapá, além de denunciar diversas irregularidades na prefeitura
Claudiomar, vereador e opositor à atual gestão, tem conduzido a oposição na Câmara Municipal de Macapá, além de denunciar diversas irregularidades na prefeitura

No último dia 14 de fevereiro, o prefeito da capital, Antônio Furlan, revogou a licença do vereador Claudiomar Rosa (PT/AP). Rosa, que é professor e servidor municipal de carreira, terá que retornar à sala de aula.


O vereador Claudiomar Rosa, líder da oposição na Câmara de Vereadores, foi surpreendido pela decisão do chefe do Executivo municipal. A partir do dia 14 de fevereiro, o parlamentar, que é servidor de carreira da educação municipal, será obrigado a retornar à sala de aula.


O Sindicato dos Servidores em Educação do Amapá (Sinsepeap) se manifestou, na última quarta-feira (19), com repúdio à decisão do mandatário, que, para o sindicato, trata-se de um "grave atentado contra a democracia e o livre exercício do mandato parlamentar".


Claudiomar, que é vereador e opositor da atual gestão, tem liderado a oposição na Câmara Municipal de Macapá e denunciado diversas situações na prefeitura. Entre elas, o abandono da UBS Fluvial e os gastos suspeitos com verba pública da comunicação. Sobre a revogação, o parlamentar explicou que.


“Existe um termo de cooperação entre os municípios do estado do Amapá e o governo. Ocorre que eu batalhei isso no início de 2023, consegui depois de muita luta. Eu estava em sala de aula, muito perseguido em sala de aula, e fui falar com o próprio prefeito. Disse para ele que era importante também fazer um gesto, porque sou muito ético. Eu vou para a política e não desrespeito ninguém. E aí acabei conseguindo essa liberação, o termo de cooperação, o governo me pediu e eu estava trabalhando no governo do estado na educação. Ocorre que, por duas vezes, me posicionei, não deixei de me posicionar por isso. Continuo sendo firme no meu mandato, né, de fiscalizar, criticar na hora certa e tomar posição”, afirmou.

Rosa acredita que a revogação é uma retaliação às cobranças que tem sido feitas por seu mandato na CMM.


“Mas, mediante essa minha ação de início de ano, da minha postura, quando descobri que estavam extraviando documentos de imóveis, fiz a UBS voltar a funcionar, pois estava há nove meses parada. E também aprovamos, por requerimento, a ida do secretário [Juarez] Menescal para falar sobre a possível corrupção que estaria acontecendo, de depositar em própria conta e tal. Mas vamos investigar. Isso é um processo que se vai fazer. Eu nunca acusei, nunca fiz nada. Só fiz esse requerimento cobrando”, contou.

Na última terça-feira (18), a Câmara Municipal aprovou, por unanimidade, um requerimento de autoria de Claudiomar Rosa convocando o secretário de Comunicação, Juarez Menescal, para explicar o direcionamento de R$ 43 mil para anunciar em um site e uma rede social supostamente ligados à sua ex-companheira. Detalhe: até o final do ano passado, a empresa pertencia ao próprio secretário.


O Sindicato dos Servidores em Educação do Amapá (Sinsepeap) lançou uma nota afirmando que “o cerceamento da atuação de um vereador eleito pelo povo representa um grave atentado contra a democracia e o livre exercício do mandato parlamentar”. A entidade ainda afirmou que “seguiremos vigilantes e mobilizados contra qualquer tentativa de intimidação ou perseguição política”, finalizando o documento assinado pela presidente do sindicato, Kátia Cilene de Mendonça Almeida.


O vereador garante que, caso não haja mudanças, voltará para a sala de aula e continuará fazendo as cobranças necessárias na casa de leis.


“Se eu não tiver nenhuma mudança, nenhuma revogação do que foi feito, eu vou dar aula. Sou funcionário público municipal, vou passar a hora de aula e trabalhar normalmente. Eu gosto de ser professor.”

A Câmara Municipal deve continuar a investigação sobre os gastos da Secretaria de Comunicação, e o secretário Juarez Menescal deve ser ouvido na terça-feira (25).


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