Janete Carvalho
A Delegacia de Crimes Contra o Consumidor (DECCON), em ação integrada com as polícias civis de São Paulo e Mato Grosso, realizou, na quarta e quinta-feira (18 e 19), a “Operação Pacto Falso”, na qual foram cumpridos cinco mandados judiciais, sendo três de prisão e dois de busca e apreensão, todos expedidos pelo Juízo de Garantias de Macapá.
A delegada Janeci Monteiro, titular da Delegacia de Crimes Contra o Consumidor, deu detalhes da operação. Segundo a investigação, os infratores estariam ofertando a possibilidade de contemplação antecipada de carta de crédito de consórcio, solicitando apenas o pagamento de lance mínimo e prometendo data certa de contemplação, o que, obviamente, não acontecia. Essa prática gerava significativos prejuízos às vítimas e configurava claro induzimento a erro do consumidor.
“Essa é uma operação da polícia civil, já a quarta nesse segmento exclusivamente desse golpe induzindo o consumidor a erro de consórcios. Nós verificamos que há uma mudança de cenário, de empresas e de pessoas executoras, mas a essência do golpe permanece, que é enganar o consumidor no momento da negociação. Como consiste, o consórcio tem contemplação às vezes por lance, às vezes por sorteio, mas com data certa, não. Então o consumidor tem que ficar atento sobre este ponto do contrato. Nós verificamos muitas pessoas ribeirinhas vítimas desse golpe, às vezes pessoas com pouca instrução, que não sabem ler e que confiam apenas na palavra do vendedor.”
A delegada ressaltou que o consumidor precisa ter total atenção ao contratar um consórcio e, caso tenha sido vítima deste golpe, pode procurar qualquer unidade policial para registrar o boletim de ocorrência.
“Se o consumidor já se identificou ouvindo essa notícia, que possa estar sendo vítima desse golpe, ele tem que procurar a polícia civil e registrar o boletim de ocorrência para iniciar a investigação em relação a ele. Deve trazer toda a documentação que já possui e as conversas de WhatsApp para demonstrar que ele também foi vítima.”
Sobre o resultado da operação, um empresário do ramo de consórcios foi preso pela prática dos crimes de associação criminosa, estelionato e crime contra as relações de consumo. Outro empresário, também com mandado de prisão expedido, encontra-se foragido. Um homem preso atuava como vendedor de consórcios.
Os empresários presos também estão sendo investigados pelas polícias civis de Mato Grosso. Os homens foram encaminhados à audiência de custódia.
Até o momento, foram identificadas mais de 70 vítimas do esquema criminoso, envolvendo várias empresas, que juntas causaram prejuízos de centenas de milhares de reais.
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