Marabaixo em foco: Congresso reúne lideranças e reforça identidade negra no Amapá
- svioalmd4
- 17 de jun.
- 2 min de leitura
Edy Wilson Silva
Realizado na segunda-feira, 16 de junho, em Macapá, o 5º Congresso Estadual do Marabaixo celebrou a tradição e discutiu os rumos das políticas públicas para a cultura afro-amapaense.
Durante o evento no Centro de Cultura Negra Raimundinha Ramos, a presidente da Fundação Estadual de Políticas de Igualdade Racial, Josilana Santos, ressaltou que o momento marca uma trajetória de resistência e reconhecimento.
"O dia 16 de junho é uma data que marca não só o calendário festivo, mas também o calendário de resistência do povo negro cultural do Amapá, que desde 2009 vem lutando pela efetivação de direitos, pela valorização e pelo reconhecimento do Marabaixo. O Governo do Estado do Amapá, em parceria com os grupos tradicionais de Marabaixo, em especial os Raízes da Favela, realiza esse congresso para discutir políticas públicas para o Marabaixo, os avanços e os desafios. O Marabaixo é a cultura-mãe do Estado do Amapá, então precisamos dizer que essa cultura tem uma cor, tem uma história, mas, acima de tudo, é feita por mãos negras, de comunidades tradicionais, de quilombos e que é uma ferramenta de luta contra o preconceito e a discriminação. Eu acredito que hoje o Estado do Amapá e o Marabaixo passaram a ser potencializados.”
A marabaixeira Daniela Ramos relembrou as mobilizações que levaram à criação das datas oficiais e celebrou os avanços.
"Na verdade, o 5º Congresso Estadual do Marabaixo é alusivo ao Dia Estadual do Marabaixo. E é o momento em que nós reunimos toda a comunidade marabaixeira para destacar essa data que é muito importante para nós: O Dia Estadual e o Dia Municipal do Marabaixo, que foi uma grande vitória dos marabaixeiros em 2010, quando saímos em protesto pelas ruas de Macapá, pedindo mais valorização para o nosso Marabaixo, mais investimento. É um dia que realmente destaca a nossa maior e mais autêntica manifestação cultural. A gestão do governador Clécio Luís é a que mais investe na cultura e a que mais tem investido no nosso Marabaixo. Estamos com várias iniciativas culturais já disponíveis nas plataformas digitais, para que o Brasil e o mundo possam conhecer a cultura do Marabaixo”.
Iury Soledade, conselheiro estadual de cultura na cadeira do Marabaixo, enfatizou a força da representatividade e o fortalecimento da identidade cultural.
"A mesa do Marabaixo está repleta de representatividade cultural e histórica. Estamos com todos os fazedores de cultura que fazem parte dessa manifestação cultural e que hoje são gestores, debatendo, dialogando e fortalecendo a maior e mais autêntica manifestação cultural do Amapá. Essa é a identidade cultural que a gente preserva e valoriza. Este ano é o centenário da minha bisavó, Tia Biló, que está sendo homenageada no ciclo do Marabaixo”.
O congresso foi promovido pelo Governo do Estado em parceria com o grupo Raízes da Favela, e também marcou o lançamento do Edital de Cadastramento das Festas Tradicionais do Amapá, reforçando o compromisso com a preservação e promoção da cultura negra e popular do estado.
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