Leão XIV: Novo papa indica caminho de equilíbrio e sensibilidade social
- svioalmd4
- há 6 dias
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Marcelo Guido
A fumaça branca ganhou os céus sobre o teto da Capela Sistina, e a escolha do conclave foi anunciada por volta das 13h08 (horário de Brasília).
O cardeal dos Estados Unidos, Robert Francis Prevost, é o novo papa e escolheu o nome de Leão XIV para liderar a Igreja Católica. Com 69 anos, é agostiniano, considerado progressista e próximo de Francisco.
A comunidade católica do mundo inteiro esperava pela decisão e, em seu primeiro discurso, proferido da sacada da Basílica de São Pedro, no Vaticano, ele falou de paz e defendeu uma Igreja Católica missionária.
O cientista político e professor Marco Antônio Pelaes Costa explica como um cardeal de origem norte-americana pode ter uma influência política no mundo.
“O que muitos têm se perguntado, ele é um progressista ou ele é um conservador, e parece que justamente aí a resposta é a do meio. Ele é um centrista que não vai recuar nas reformas que o Papa Francisco fez. Fez, mas também não vai avançar muito para além disso. Em dois casos concretos, em relação aos imigrantes, ele sendo Papa estadunidense, ele tem uma posição clara contra as duras políticas de Donald Trump contra os imigrantes dos Estados Unidos, um país feito de imigrantes. E ele também, por outro lado, em relação a homossexuais receberem benção, por exemplo, nos casamentos. Isso aí me parece, nos parece que todos os sinais que ele deu, ele não vai avançar em relação a isso. Ou seja, ele é mais recuado e mais conservador que Francisco em alguns temas, e em alguns outros temas ele avança em relação aos conservadores. Sobretudo chama a atenção a nacionalidade dele. Ele é americano de Chicago, Ilinóis, passa 20 anos em uma missão no Peru, e obviamente a experiência latino-americana. A cidade histórica ali no Peru, ela é uma experiência que marca, e marca sobretudo no setor do continente, do vasto continente americano, o setor que foi historicamente mais explorado economicamente, seja pelo colonialismo primeiro espanhol ou depois pelo novo colonialismo pelo imperialismo americano. Então, na verdade, só o tempo de irá, e a aposta que eu poderia fazer é que ele vai ser um papa moderado, de moderado a progressista, a depender do tema, vai ter posições mais progressistas ou posições mais amenas, mais moderadas”, contou.
Outro ponto de destaque, segundo o professor, foi a escolha do nome, que para ele reflete, sim, um caráter de mudança.
“O outro elemento é a escolha do nome Leão XIV, obviamente se escolhe Leão XIV, a tendência é que se siga ou que se tenha como inspiração quem foi Leão XIII, que foi um Papa da virada do século XIX para o século XX, um Papa que teve nas mudanças e ali no amadurecimento da sociedade industrial, onde havia uma supraexploração dos trabalhadores, especialmente operários industriais, ele teve defesa, lançou um documento histórico na igreja católica em defesa desses trabalhadores, do operariado moderno e tem uma importância aí, essa talvez seja uma outra indicação de que pode ser um Papa que nas questões sociais, do direito dos trabalhadores do ponto de vista econômico, pode ter posições avançadas, progressistas”, concluiu.
O novo papa terá que lidar com um cenário internacional instável, marcado por guerras e tensões geopolíticas. Durante o papado anterior, a Igreja ampliou seu papel diplomático e atuou como mediadora em conflitos, como a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Antes do conclave, o Vaticano informou que os cardeais desejavam escolher um papa que desse continuidade às reformas de Francisco.
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