Anita Flexa
Profissão resiste ao tempo e acompanha o crescimento do centro comercial
No coração pulsante do centro de Macapá, onde o movimento das pessoas se mistura ao burburinho dos negócios, encontra-se um pequeno espaço que guarda mais que mostradores e engrenagens: guarda histórias. Há mais de 30l anos, o senhor Francimar Ramos da Silva, mais conhecido como Frank Relojoeiro escolheu esse canto da cidade para exercer sua arte como relojoeiro. Em meio aos grandes edifícios e às lojas modernas, seu modesto lugar de trabalho é um testemunho de resistência ao tempo.
Sentado atrás de sua bancada, cercado por relógios de todas as eras, Frank relembra como começou sua jornada.
"Aí surgiu assim, né? Eu comecei a trabalhar com um concunhado meu, né? Aí eu fui me adaptando, fui vendo e fui me ensinando, fui memorizando ‘todinhas’ coisas, né? E o meu horário aqui eu chego das 7 horas até às 18 horas, né? Só no dia de sábado que eu fico até às 14 horas", ele conta com um brilho nos olhos que denota sua paixão inabalável pelo ofício. E completa: “Eu cheguei aqui porque sou natural do Amapá, sou amapaense da gema. Aí eu trabalhei no começo, trabalhei nas lojas aqui, como lojista comerciante. Aí depois eu fui me adaptando, não deu certo trabalhar nisso m. Aí passei para lado informal. Aí fui me adaptando, graças a Deus, criei meus filhos, afirma Francimar.
Em um lugar desmontável, com suportes o onde se coloca seus materiais as peças do seu ofício, Frank guarda segredos. Sua voz calma e experiente revela a confiança conquistada ao longo dos anos, fruto de um trabalho dedicado e detalhista. Mas o tempo não para, e o seu Francimar precisou se adaptar. Com a chegada dos tempos modernos, os relógios mecânicos deram lugar aos digitais, e novos desafios surgiram. Até consertar óculos e celulares se tornou parte da rotina.
Hoje, com 56 anos e ao falar sobre a profissão que resistiu ao tempo, o seu Francimar reflete sobre sua própria jornada.
"Eu me sinto realizado por tudo que aconteceu aqui no comércio, não fiz parte do comércio fácil, como eu estou vivo, graças a Deus, e é isso aí, eu pretendo continuar crescendo e fazendo amizade com mais pessoas, mais clientes, porque para mim não é cliente, só como irmão, né, parente meu”, contou.
Com um sorriso leve, ele confessa que nunca se arrependeu de seguir essa vocação. E quando questionado se pudesse voltar no tempo e mudar a profissão, ele afirma: Não, eu acho que não. Faria tudo de novo”, finaliza Francimar.
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