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Especialista explica como o ambiente de trabalho pode afetar a saúde mental dos colaboradores

  • Foto do escritor: Jolinda Ferreira
    Jolinda Ferreira
  • 15 de mar.
  • 3 min de leitura

Jamile Moreira

SAUDE MENTAL

Segundo o psicólogo Pablo Amoras, tem sido cada vez mais necessário repensar em ambientes de trabalho mais harmônicos e saudáveis, já que o bem-estar mental afeta diretamente a produtividade dos colaboradores.
Segundo o psicólogo Pablo Amoras, tem sido cada vez mais necessário repensar em ambientes de trabalho mais harmônicos e saudáveis, já que o bem-estar mental afeta diretamente a produtividade dos colaboradores.


De acordo com o Ministério da Previdência, em 2024, mais de três mil trabalhadores se afastaram do trabalho devido a problemas de saúde mental, a maioria dos afastamentos causados por ansiedade e depressão. Atento a esse cenário, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) atualizou a Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), para obrigar empresas em todo o Brasil a adotar medidas específicas para promover a saúde mental de seus colaboradores.


A nova regra determina que riscos psicossociais, como estresse, assédio e carga mental excessiva, devem ser identificados e gerenciados pelos empregadores como parte das ações de proteção à saúde dos trabalhadores.


Segundo o psicólogo Pablo Amoras, tem sido cada vez mais necessário repensar em ambientes de trabalho mais harmônicos e saudáveis, já que o bem-estar mental afeta diretamente a produtividade dos colaboradores.


“Quando a gente pensa em saúde mental, a gente tem a possibilidade de pensar por um viés muito estratégico. Pensar que dentro das empresas e organizações, ela pode auxiliar no aumento da produtividade, no nível de sucesso das organizações, no objetivo de manter a saúde mental dos profissionais, dos funcionários de uma organização ou instituição. Quando falo de organização ou instituição, eu não falo somente a privada, eu falo da pública também. Quando a gente fala de saúde mental, a gente tem que entender por um viés bastante amplo. Uma cultura organizacional tóxica e adoecedora, vai influenciar na forma como é conduzida uma equipe, influencia na relação de trabalho entre colegas em uma organização, influencia na forma como o sujeito vai buscar essa produtividade, como que ele vai buscar se relacionar, inclusive dentro de casa, então falar de saúde mental no meio de trabalho é entender que isso afeta nossa vida, afinal a gente passa a maior parte do nosso tempo no ambiente de trabalho, eu acredito que pensar em saúde mental é pensar em prevenção”.

Pablo também comenta que com essa mudança prevista na norma regulamentadora, a expectativa é que o ambiente de trabalho se torne mais seguro e saudável, reduzindo os índices de adoecimento mental entre os trabalhadores.


“Então, o que a gente consegue observar no cotidiano do serviço organizacional das instituições é que a ansiedade e a depressão, estão no topo do ranking de afastamentos ligados à saúde mental. Esse número de afastamentos, de acordo com o Ministério do Trabalho, explodiu de 2003 para 2024, tendo um aumento de 68%. E aí essa norma veio com o objetivo de fazer com que o empregador se atente às medidas de proteção à saúde mental, ao estresse, ao assédio no meio do trabalho, ao assédio sexual, à sobrecarga emocional expressiva, que às vezes faz com que o trabalhador fique sobrecarregado. Pensar a saúde mental no trabalho é entender que a saúde mental pede cuidados individuais, ou seja, de que forma que as pessoas podem aprender a fazer a saúde mental, com atitudes institucionais, de que forma que as empresas e as organizações podem aprender a fazer isso, e pede também com que políticas públicas, de como que a sociedade pode aprender a construir isso dentro desse ambiente organizacional”.

O profissional também dá dicas de algumas estratégias que podem ser adotadas para evitar o adoecimento emocional.


“No cotidiano do ambiente de trabalho a gente pode tentar buscar a construção de um ambiente e de uma cultura organizacional menos tóxica, estimular as habilidades de comunicação, definir limites no sentido de aprender a dizer não quando é necessário, de forma respeitosa, de forma colaborativa, compreender os momentos e identificar os nossos momentos individuais de pausas estratégicas, pensar o equilíbrio emocional e pessoal da nossa vida. Entender também que existem limitações, buscar o próprio apoio psicológico, entender também que existe a possibilidade de nós pensarmos na nossa reestruturação de carreira, pensarmos possibilidade de estudar alguma coisa nova, de buscar a qualidade de vida, pensar, por exemplo, que, para além do trabalho, existe a nossa vida, existe a nossa família, existem maneiras de a gente cultivar essa saúde”.

Pablo Amoras é especialista em saúde mental com residência em atenção psicossocial e larga experiência no atendimento de pacientes com sofrimento psíquico intenso, e ênfase em terapia cognitivo comportamental. Ele passa agora a compor o quadro de apresentadores da Rádio Difusora, com um quadro todas às quintas-feiras no programa Fim de Tarde Delas, abordando a saúde mental e suas peculiaridades.



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