Em Macapá, alunos da rede estadual de ensino participam de projeto de combate a violência doméstica com concurso de produção de vídeos
- perolapedrosa7
- 13 de jun.
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Jamile Moreira

Para promover a conscientização e o protagonismo dos jovens no combate e prevenção da violência doméstica e familiar, alunos da Escola Estadual Augusto dos Anjos, receberam na tarde desta sexta-feira, 13, o projeto Mais que Palavras: Atuando contra a Violência Doméstica e Familiar, de iniciativa da Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP) em parceria com o Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP).

O projeto, que tem como foco os adolescentes a partir dos 14 anos, leva para o ambiente escolar palestras e propõe para os alunos a produção de vídeos para internet que abordem a temática. Uma das palestrantes é a defensora pública e coordenadora do Núcleo de Defesa e Promoção dos Direitos da Mulher, Marcela Fardim, que leva para a sala de aula os tipos de violência doméstica, a importância das medidas protetivas e os caminhos para romper o ciclo da violência.
“O projeto se chama Mais que Palavras, porque a gente quer que a violência doméstica seja muito mais do que palavras, nós queremos que esses alunos sejam nossos multiplicadores, confeccionando vídeos sobre a violência doméstica e assim reproduzindo na comunidade. Como haverá uma votação popular será possível que esse vídeo seja visto por várias pessoas, e mais pessoas tomem consciência dos tipos de violência doméstica que existem no mundo. A gente acredita que esse projeto é importante porque esses meninos vão poder utilizar os conhecimentos adotados pela violência doméstica para reconhecer, denunciar e proteger as suas próprias famílias. Apesar da proteção cada vez maior da mulher, nós estamos em um lugar muito machista, a gente tem um machismo estrutural e a gente tem a reprodução de coisas que as pessoas viram em casa desde muito tempo e foram normalizadas. A violência doméstica é constante, tivemos muitos casos de feminicídio este ano e de tentativa de feminicídio e por isso é tão importante campanhas como esta, para que a gente possa um dia conseguir erradicar a violência doméstica e também promover a igualdade entre homens e mulheres”, detalhou a defensora.

A ação faz parte de uma série de encontros em escolas estaduais de Macapá, que estimulam reflexões e oferecem ferramentas práticas de comunicação para que os jovens se tornem multiplicadores de informação e agentes de mudança em suas comunidades, como explicou a titular do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Marcella Smith.
“A violência doméstica ela nasce em casa, ela ocorre em casa e ela é muito difícil de combater, justamente porque a vítima normalmente tem vergonha, ela tem sentimentos muito fortes com o agressor, ela tem medo e acaba que ela se perpetua por anos. E quando ela tem um apoio ou uma nova visão, até trazida por um filho de alguma coisa que ele ouviu no colégio, ela pode se fortalecer e buscar ajuda. O projeto tem duas fases, a primeira é a palestra que nós estamos dando hoje e a segunda é um concurso de vídeos temáticos sobre o tema de violência doméstica de três a cinco minutos, vídeo para rede social mesmo, para ser esse multiplicador do tema, do assunto e vai ser feita primeiro uma seleção dentro das escolas depois nós vamos verificar se o vídeo se adequa à temática se está tudo dentro dos requisitos mínimos que nós pedimos em seguida vai para as redes sociais para participar de uma votação popular e a comissão avaliadora do projeto também vai dar uma pontuação e depois nós vamos eleger o resultado do vídeo vencedor. Os prêmios foram doados pela Polícia Federal e cada membro da equipe do vídeo vencedor vai ganhar um Chromebook, que é um notebook com o sistema operacional da Google”, explicou a juíza.

Durante o projeto os estudantes também são capacitados com uma oficina de produção de vídeos para internet, para terem suporte na produção de seus filmes. Os vídeos produzidos passarão por uma votação popular no Instagram da Defensoria Pública do Estado.
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