Marcelo Jaques revela processos civis e criminais que detalham a história do Amapá e seus personagens.
Anita Flexa
Nas diversas páginas e arquivos do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), um tesouro histórico esconde documentos que revelam detalhes da história local. Os arquivos, que abrangem processos civis, criminais e administrativos, são uma fonte rica de informações sobre o Amapá.
Marcelo Jaques de Oliveira- chefe da Seção de Memória Institucional, junto com o colega, Michel Duarte Ferraz, museólogo e chefe da Coordenadoria de Informação, documentação e Memória Institucional, trabalham diretamente no Centro de Memória Institucional do TJAP, criado em 1991. Em entrevista à rádio Difusora eles afirmam que ali pode-se encontrar recortes importantes de passagens históricas do estado. Entre os documentos mais antigos está o livro de notas da Vila de Mazagão, datado de 1841.
"Nosso documento mais antigo, lá do ano de 1841, que é o livro de notas da Vila de Mazagão. Aí nesses documentos, no geral, a gente encontra a descrição dos processos," conta Jaques. Esses registros históricos documentam trâmites de processos criminais e civis, além de partilhas e doações”, diz Marcelo Jaques.
Segundo Jaques, figuras históricas conhecidas e que dão seus nomes a principais avenidas e ruas de Macapá, como Procópio Rola e Fernando Raimundo Álvares da Costa, frequentemente aparecem nesses documentos.
"Esses processos ainda trazem muitas informações, principalmente de personagens que a gente está acostumado a ver nos nossos espaços urbanos, nomes de praça, nomes de rua”, pontua Marcelo Jaques.
Entre as descobertas mais emocionantes, destaca-se uma carta de Cabralzinho detalhando um plano de fuga. Seria uma carta escrita pelo General fazendo relação a um evento em que alguns de seus companheiros foram presos no fim do século XIX na Fortaleza de São José de Macapá.
Outro documento interessante é de Mãe Luzia, que atuou como parteira e perita judicial em crimes sexuais na década de 1950.
"Encontramos também documentos, por exemplo, lá da década de 1950 em que a Mãe Luzia figurava, foi por um período como parteira e também perita judicial em crimes sexuais”, afirma Jaques.
Essas descobertas são peças fundamentais na construção da memória coletiva do Amapá. Cada registro é uma peça fundamental que contribui para a construção da memória coletiva do estado. E, através das palavras de Marcelo Jaques, podemos vislumbrar a riqueza cultural e histórica que se esconde nos arquivos do Tribunal de Justiça do Amapá, um verdadeiro tesouro à espera de ser desvendado.
Comentários