Jamile Moreira

No dia 13 de fevereiro, celebramos o Dia Mundial do Rádio, data criada em 2011 pela Unesco para homenagear a primeira transmissão radiofônica realizada pela rádio das Nações Unidas, em 1946.
A data tem como objetivo conscientizar as emissoras de rádio sobre a importância de garantir o acesso à informação. Além disso, busca promover a igualdade de gênero e assegurar a liberdade de expressão no setor da comunicação.
Apesar dos avanços tecnológicos, que a cada momento transformam a nossa forma de interação com o mundo, o rádio continua sendo um veículo de comunicação popular e de grande alcance. A professora Socorro Rocha, de 55 anos, é ouvinte assídua da programação da Rádio Difusora e conta que, quando criança, o rádio era a única forma de saber o que acontecia no estado.
“A única forma que a gente tinha de saber o que acontecia era quando você saía ou quando você ouvia o rádio. A Rádio Difusora de Macapá era a única forma de comunicação que nós tínhamos, porque nem televisão na época, por exemplo, na minha casa não tinha, então tudo que acontecia na nossa cidade vinha através da Rádio Difusora. Então a rádio, na minha cabeça, naquela época de criança, alimentava a minha imaginação”, relatou Socorro.
Por mexer com o imaginário da ouvinte, Socorro conta que, através de programas como o Alô, Alô Amazônia, desenvolveu a habilidade da escrita, o que fez com que ela ingressasse na literatura.
“Quando eu ouvia o radialista Heraldo Trindade, que era o que eu ouvia muito, e o Alô, Alô Amazônia, que era o meu programa preferido, eu ficava encantada. Meu Deus, existe um lugar além daqui! No interior, as pessoas falavam, mandavam notícias para suas famílias, falavam como era a viagem, se cumprimentavam, e aquela notícia vinha na íntegra. Eu achava muita graça em alguns momentos. Então a rádio despertou na minha imaginação a sensibilidade para escrever. Hoje, se eu tenho essa sensibilidade para a escrita, eu devo isso a ter escutado muito a Rádio Difusora. Ela marcou muito, mexeu muito com a minha imaginação de criança e com a minha imaginação enquanto adolescente.”
Segundo a Unesco, o rádio mantém seu valor como uma rede essencial de segurança pública, sendo acessível, portátil e eficaz durante emergências e quedas de energia provocadas por desastres naturais.
O rádio é a mídia de massa que atinge o maior público do mundo e também é reconhecido como uma ferramenta de comunicação de baixo custo. Por isso, é adequado para alcançar comunidades remotas e pessoas vulneráveis, independentemente do nível de escolaridade.
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