Cultura de fronteira em debate no Amapá
- Jolinda Ferreira
- 16 de mai.
- 2 min de leitura
Edy Wilson Silva

O Cine Teatro Territorial, em Macapá, sediou na quarta-feira, 14 de maio, a segunda etapa do ciclo “Políticas de Fronteira”. O encontro reuniu artistas, gestores culturais e representantes do poder público para discutir ações voltadas à valorização da cultura em áreas de fronteira.
Clícia Di Micelli, secretária de Estado da Cultura, destacou a importância do diálogo entre os povos fronteiriços.
“O Governo do Amapá está auxiliando o Ministério da Cultura, que realiza um diagnóstico das políticas públicas de cultura nas regiões de fronteira. A primeira etapa foi realizada em Oiapoque, e agora estamos em Macapá, contribuindo para o mapeamento das relações transfronteiriças dos estados brasileiros que fazem fronteira com outros países. Nosso papel é apoiar o Ministério nesse projeto, para que, em breve, se crie uma política específica para essas regiões. O Governo do Amapá apoia a iniciativa com a proposta de fortalecer, cada vez mais, a relação entre Amapá e Guiana Francesa.”
Ricardo Almeida, consultor do Ministério da Cultura, compartilhou sua experiência com o projeto.
“Estive aqui em 2016, pela Unesco, em um projeto bastante semelhante. Nós enxergamos a fronteira não como um limite, mas como um território. É isso que estamos identificando para elaborar políticas públicas que as fortaleçam. As pessoas geralmente veem a fronteira apenas como um limite nacional, mas estamos mostrando que ela também é cultural, com aspectos que a ultrapassam, como a culinária e as línguas. O Amapá tem uma singularidade por estar ao lado de um departamento francês. A 4ª Conferência Nacional de Cultura colocou, pela primeira vez, as culturas de fronteira como prioridade, e esse programa vai propor recursos, editais e patrocínios para fortalecer essas políticas.”
Heloana Quintas, consultora cultural, ressaltou o caráter histórico do evento.
“Esse momento é histórico para o Amapá. Acabamos de chegar de Oiapoque, onde houve uma reunião significativa com o Ministério da Cultura da França. Isso marca o reconhecimento nacional e internacional das relações ancestrais entre a Guiana Francesa e o Amapá. Temos bandas binacionais, artistas de teatro e literatura que circulam pelos dois lados, além dos povos indígenas que compartilham línguas crioulas de base francesa, reconhecidas oficialmente pelo governo do Amapá. Essa mobilização é inédita e pioneira, fruto do incentivo político do governador Clécio Luís e da secretária Clícia Di Micelli.”
O ator e produtor cultural Ivamar dos Santos, o mestre Ivamar, enfatizou o valor do intercâmbio cultural.
“Me sinto honrado por viver este momento. É um privilégio participar deste seminário, especialmente agora que a novela Amor Perfeito, da qual participei, está sendo exibida na Guiana Francesa. Esse intercâmbio é um passo importante. A cultura amapaense é rica e brota em cada canto da cidade. Quando ela dialoga com a cultura da Guiana Francesa, ambos os lados ganham. Parabenizo o governo por essa coragem e visão. Acredito que o Amapá e a Guiana Francesa têm muito a ganhar com essa aproximação cultural.”
A programação incluiu rodas de conversa, coleta de informações e apresentações culturais, reforçando o compromisso com o fortalecimento da cultura nas regiões de fronteira.
Veja também nas nossas redes sociais:
Instagram:
Facebook:
X/Twitter:
Comentários