Janete Carvalho
Com o tema “Novas Alianças pela Amazônia”, o Governo do Amapá iniciou, nesta quarta-feira (11), no auditório do Museu Sacaca, em Macapá, a programação dos “Encontros Amazônicos Pré-COP30”. O evento reúne povos originários, extrativistas, quilombolas, representantes e a sociedade civil para debater o desenvolvimento sustentável e demandas ambientais, que serão apresentadas aos líderes mundiais durante a COP30, em Belém do Pará, em 2025.
Gutemberg Silva, diretor da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amapá (FAPEAP), ressaltou a importância do encontro, onde o Amapá vai mostrar políticas de sucesso como a bioeconomia, a demarcação de áreas indígenas, os negócios verdes e um código ambiental modernizado.
“Sobre a condução do nosso governador, a gente tem feito uma série de movimentos para mostrar ao mundo o que o Amapá tem de potencial de negócios, mas não é qualquer tipo de negócio, são negócios que respeitem a natureza, os povos da floresta, e, portanto, esse momento de debate no Museu Sacaca, com várias instituições, com representantes de embaixadas, com nossos vizinhos aqui da Guiana Francesa, do Suriname, da Colômbia, é fazer um movimento para escutar os povos da floresta, os quilombolas, ribeirinhos, os povos tradicionais indígenas, de modo que a gente consiga, pouco a pouco, estar mais preparado para a grande COP da Amazônia.”
Wendell Alfons, cônsul do Suriname, destacou que o evento é uma forma de conhecer melhor as iniciativas do Amapá para a preservação da Amazônia juntamente com os povos originários:
“Esse diálogo com os povos que vivem no dia a dia na Amazônia, como eles estão na experiência deles dentro da floresta amazônica, é muito importante para o Suriname. O Suriname tem 93% de floresta amazônica, um país no mundo, acho que o primeiro que tem essa cobertura da floresta no mundo, e também é muito importante para nós podermos ver como o Brasil está tocando esse assunto junto com os povos indígenas aqui no Brasil, na parte da floresta amazônica, porque nós temos povos indígenas também no Suriname, na fronteira com o Amapá e com o estado do Pará.”
A programação inclui exposição de peças artesanais produzidas a partir de matéria-prima da floresta, produtos certificados com o Selo Amapá e startups. Uma delas trata de bioeconomia e tecnologia sustentável. A responsável pelo projeto, Vanda Pororca, falou da emoção de participar do evento.
“Muito feliz e surpresa que até um tempo atrás isso era um sonho para mim quando falavam de COP30, e estando aqui, mostrando o meu trabalho, eu estou muito feliz porque eu sei que a gente vai avançar bastante, e a nossa startup é uma inovação para essas coisas de interior, de Amazônia isolada, então eu estou muito feliz.”
Os participantes vão debater sobre o protagonismo da Amazônia e como alcançar uma transição justa para o desenvolvimento sustentável; os impactos das mudanças climáticas; e a apresentação do Tribunal Internacional pelos Direitos da Natureza. Além disso, ouvirão o ponto de vista dos povos tradicionais que vivem na Amazônia, incluindo indígenas da Guiana Francesa. A programação segue até sexta-feira, dia 13.
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