Amapá amplia ações para conter avanço da praga da mandioca em assentamentos
- svioalmd4
- 15 de abr.
- 3 min de leitura
Marcelo Guido

O combate à praga popularmente conhecida como “bruxa da mandioca”, que tem se propagado por plantações em diversas comunidades agrícolas do estado, tem sido uma das prioridades das autoridades no Amapá.
Visando a esse problema, o Governo do Amapá, por meio do Instituto de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap), vem promovendo uma série de audiências públicas nos municípios afetados.
Uma edição dessas audiências ocorreu no município de Tartarugalzinho e reuniu dezenas de produtores, lideranças locais e representantes de órgãos estaduais para debater estratégias conjuntas no combate à doença.

O diretor-presidente do Rurap, Jorge Rafael, conta como ocorreu esse encontro.
“É um tema preocupante, essa praga chegou a pouco tempo no nosso estado, foi identificado como um fungo de origem asiática, ali da região de Camboja, Vietnã, e que chegou provavelmente ao nosso estado a partir das Guianas, por existirem colônias asiáticas que têm relação com aquelas populações lá de, onde essa praga originalmente foi identificada. Chegou no nosso estado e em menos de um ano ela já afeta seis municípios, todos os municípios da região norte e mais Pedra Branca na região oeste. Então, de fato, o Estado percebeu a importância de agir, constituir uma força-tarefa, essa força-tarefa, ela tem quatro frentes de trabalho, uma frente de pesquisa liderada pela Embrapa, com apoio da Secretaria de Ciência e Tecnologia, do IEPA, uma frente de assistência técnica liderada pelo Rurap, uma frente de assistência social com a Secretaria de Assistência Social e uma frente de defesa agropecuária com o Ministério da Agricultura e a Diagro”, explicou.
O presidente ressaltou ainda o papel do Rurap na empreitada e destacou a responsabilidade do órgão.
“No nosso caso, o Rurap, nós temos a responsabilidade, inclusive, de promover essas audiências públicas, como fizemos em Tartarugalzinho, a convite do prefeito municipal, Bruno Mineiro, e, de fato, nós recebemos diversos agricultores, muitos já comprovadamente afetados pela doença em suas culturas, outros muito preocupados. E o principal passo, a principal orientação que nós temos dado para os agricultores, é adotar a prática de assepsia das suas vestimentas, das suas ferramentas de trabalho, porque por ser um fungo, ele é de fácil propagação”, contou.
Para encerrar, Rafael contou que, além da assepsia, outra orientação dada aos agricultores é a mudança de cultura agrícola, além, claro, do extermínio das mudas infectadas.
“Quando a roça é comprovadamente identificada, ela tem que ser, de fato, queimada, utilizando a prática do aceiro, obviamente, com todos os cuidados ambientais, para, de fato, eliminar a presença do fungo. E uma outra orientação importante é interromper essa cultura da troca de manivas. Então, isso é uma cultura muito comum entre os agricultores, principalmente entre comunidades indígenas, e nós não temos dúvida de que ela tem sido o principal. Canal de disseminação, então é necessário interromper essa troca de manivas e, de preferência no caso dos agricultores já afetados, uma outra orientação é substituir a cultura da mandioca até que a frente de pesquisa desenvolva um material genético mais resistente, o plantio de outras culturas, sementes como grãos, leguminosas, verduras e outras espécies frutíferas que possam ser desenvolvidas na área antes cultivada pela mandiocultura para que o agricultor tenha uma outra fonte de alimento e de renda até que o estado com o governo federal consiga desenvolver manivas de fato resistentes a essa doença”.
O encontro foi realizado no assentamento Bom Jesus dos Fernandes e na comunidade Itaubal. As orientações destacadas nas palestras incluíram a escolha de mudas sadias, o isolamento de áreas contaminadas, o correto descarte de plantas infectadas e o monitoramento constante das lavouras.
Ao todo, seis municípios foram afetados pela praga da mandioca: Amapá, Oiapoque, Calçoene, Pracuúba, Tartarugalzinho e Pedra Branca do Amapari.
A doença teve seus primeiros focos detectados em 2023, em plantações da região de Oiapoque, comprometendo a produção de diversas famílias, incluindo a subsistência dos povos indígenas, afetando não apenas a segurança alimentar, mas também a renda de pequenos agricultores.
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