Janete Carvalho
A vila de São Miguel, comunidade no Rio Jurupucu, próxima ao município de Chaves, no Pará, vem sofrendo com a alta das marés. Normalmente, o rio aumenta sua capacidade, como é comum todos os anos, mas este ano as águas subiram consideravelmente, gerando transtornos para os moradores do local, como relata Leonardo da Silva Pinto, um dos parentes dos moradores da região.
“Esse ano foi um absurdo além do esperado, acho que 80% das casas da comunidade já foram consumidas pela água, e o povo de lá perdeu tudo o que tem porque as casas foram para o fundo. Conforme foi aumentando o nível da água no rio, eles começaram a levantar as coisas e colocar por cima de mesa, mas não adiantou. Cada vez mais está crescendo, então a comunidade está perdendo um pouco do que tem”.
Leonardo afirma que muitas casas, mais distantes do rio, também foram afetadas e que a situação ficou fora de controle.
“A gente sabe que são questões da natureza, mas a gente pede também que sejam tomadas certas providências, porque eles vivem da pesca, sustento e caça. Então, é o que a natureza dá, e a cidade mais próxima que tem é o município de Chaves, que fica praticamente meio dia de viagem até eles chegarem lá. Devido às mudanças climáticas, a situação está caótica realmente”.
O secretário da Regional Marajó do Estado do Pará, Mazinho Salomão, informou que o governo do Pará, em parceria com a Prefeitura de Chaves, estava liderando uma missão humanitária para fornecer apoio às famílias desabrigadas às margens dos rios Jurupucu e Cururú. Ele acrescentou que equipes especializadas já estavam atuando para garantir apoio emergencial, incluindo abrigo seguro, alimentos, kits de higiene e atendimento médico às comunidades afetadas pela cheia.
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